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FOLCLORE - ETIMOLOGIA E DEFINIÇÃO ACTUAL

Ao longo do tempo, o seu sentido foi tomando definições mais abrangentes. Além de ser uma palavra que se refere às tradições, costumes, música e dança de um determinado país ou região, hoje em dia, o Folclore é visto como um elemento importante de observação para se compreender um Povo ou Cultura. 

Em 1888, Rutherford Hayes, Mark Twain, William Wells Newell e outros fundaram a American Folklore Society (www.afsnet.org), a qual publica um jornal que continua em atividade até hoje, o Journal of American Folklore. 

Nos EUA, os estudos sobre Folclore já existem há muito tempo e têm forte presença em cursos de universidades. O Folclore é material de carácter essencial para a identidade de uma população. A recolha registo de músicas e danças do ranchos etnográficos do Bombarral são, por isso muito importantes para a dignificação deste Património Imaterial.

DANÇAS TRADICIONAIS PORTUGUESAS

O início das pesquisas sobre cultura popular ou tradicional data do fim do século XVIII e início do século XIX. Nesta época, na Alemanha, começou por redescobrir a poesia popular e a partir daí, o interesse foi-se ampliando para o estudo de outras formas literárias, musicais, práticas religiosas e outros factos. 

Em 1846, o termo Folclore (folklore) foi usado, pela primeira vez, pelo arqueólogo Ambrose Merton - pseudónimo de William John Thoms. Este termo deriva da conjugação das palavras folk e lore (povo e saber).

 

O folclore português é composto por danças que variam conforme a região do país de onde são originárias. Das muitas danças que existem, podem destacar-se o fandango, a dança de roda, a valsa de dois passos, a choutisse, o corridinho, o vira e o verde-gaio.

 

O Minho, sobretudo o Alto Minho, é rico em danças tradicionais, das quais se destacam o Vira, a Cana Verde e o Malhão. O que mais sobressai delas, à parte da dança propriamente dita, é o vestuário das mulheres, que com as suas cores e acessórios variados.

 

O Corridinho é uma das danças tradicionais de maior expressão no Algarve. É dançado aos pares, as raparigas por dentro e os rapazes por fora. Giram no mesmo lugar, movendo os pés de forma rápida. Apesar de ser no Algarve que atinge maior notoriedade, também na Estremadura faz parte do folclore local.

O Bailinho da Madeira, ou simplesmente bailinho, é a dança típica mais conhecida da ilha. É acompanhada do brinquinho - o instrumento regional tradicional, feito com castanholas, fitilhos e bonecos de paus, vestidos com o traje regional, que quando chocalhados contra a cana que os sustêm, emitem som.

No Ribatejo a dança com maior difusão é o Fandango. É uma espécie de dança de sedução. O homem gira em torno da mulher cantando e gritando de forma entusiástica. Por vezes a dança é feita por dois homens que "competem", um contra o outro, frente a frente, sapateando o melhor que poderem.

Em Trás-os-Montes, os Pauliteiros de Miranda fazem uma dança que se mostra muito relevante no folclore da região. Um grupo de homens, vestidos com trajes típicos, enfrentam-se uns aos outros com palotes. A dança evolui com o som ritmado dos palotes a baterem e os movimentos dos intervenientes. Nestas "danças-combates" não entram mulheres, e o seu símbolo é a Capa de Honra.

Na província do Douro Litoral existem: a "Chula", os "Malhões", os "Viras", e as "Rusgas". A província do Douro tem como capital o Porto. O Folclore do Douro Litoral é muito rico, embora não tanto como o do Minho.

 

DANÇAS TRADICIONAIS DO OESTE

A recolha feita das características da região saloia e das suas variações a nível de passos e de músicas data do ano de 1960.

 

O Baile

No Baile, as mães costumavam ficar sentadas. As raparigas estavam à volta da sala perto das mães e os rapazes iam buscá-las para dançar. 

 

O uso da voz 

O grupo mantém a tradição de acompanhar com a voz algumas partes das canções sobretudo as de coro, assim como acentuar algumas marcações de batimentos com os pés através monossílabos entoados.

 

Valsa a 2 passos

Dança de pares em roda trabalhando em espelho com o par. Braços colocados na posição de “valsear”. Homem segura a mão direita da mulher e a outra sustenta e dirige com alguma pressão ao nível da omoplata. A mulher apenas pousa sem esforço uma mão no ombro e outra na outra mão. Usa-se o chamado “pivot” para levar o par à roda sem sair do lugar, rodando primeiro num sentido e depois no outro. Nesta dança os pares mantêm-se no mesmo lugar ao som de um instrumental a um compasso de 3/4. 

 

Passe Cate (Pas de quatre)

Dança de roda saltada de inspiração palaciana. Teve origem nos tempos das invasões francesas. Quando não estavam a lutar, soldados e povo unia-se para cantar e dançar. Homens dentro da roda e mulheres pelo exterior. Homem conduz a mulher com a sua mão direita. Avançando em sentido anti-horário ao som de uma canção a um compasso de 2/4. 

 

Bailarico Saloio

 

O Bailarico em geral dança-se do Lis às Terras Algarvias. A instrumentação muda conforme a região. Entre Condeixa e Ourém, entra a Gaita-de-foles. No Ribatejo e Estremadura, toca-se o realejo. No baixo Alentejo toca-se a viola rústica, no Algarve o fole e na Malpica o adufe. É uma dança de roda em que homem e mulher estão frente a frente circulando no sentido horário. É dançado a um compasso de 2/4.

 

Morenita

 

Inspirada pelas “Cantigas de Amigo”. Fala sobre as raparigas que iam à fonte encher a bilha e aproveitavam para se encontrar com os seus “amigos”. É dançada a um compasso 2/4.

 

Enleio

 

Dança de roda de inspiração judaica. Duas rodas interlaçadas, de mãos dadas homens com homens e mulheres com mulheres, não há pares e só as mulheres vão ao centro. 

 

Virgem Maria

 

Dança de roda com as mãos dadas intercalando homens com mulheres. É uma dança dedicada ao Culto da Virgem Mãe. Embora a ligação dos nomes se relacione diretamente com a religião cristã, a dança provém de uma tradição pagã relacionada com o culto da Deusa. Musicalmente é composta por duas partes uma a 2/4, mais rápida, e uma a 4/4, mais lenta, que se reflete também no andamento da dança. 

 

Vira de 3 Pulos

 

Os viras são típicos do Norte do País, sobretudo do Minho, mas dança-se também na Nazaré e Ribatejo. Há muitas variantes musicais e coreográficas: Vira de Roda, Estrepassado, Roubado, Afandangado, Valseado, etc.Neste Vira de 3 Pulos característico da região Oeste, a letra fala sobre Mafra e sobre o Convento e sobre um militar pedia autorização para procurar uma saloia na Achada e no Sobreiro.

 

Feliz Candeia

 

Dança de roda com pares lado a lado e braços em cadeia, inspirada pelas  “Cantigas de Amigo”. É uma das danças em que o ritmo da segunda parte da sequência é rebatido, primeiro com os pares virados para o centro da roda e depois para o exterior.

 

Choutisse

 

Pode ser cantada ou apenas instrumental. É uma dança enérgica e rebatida com muito sapateado fazendo lembrar o fandango ribatejano.

 

Verde Gaio

 

Moda de cadeia. Embora seja dançada no Norte é entre o Lis e o Sado que tem mais expressão. É acompanhada pela harmónica ou realejo. É dançada a um compasso de 2/4.

Rancho Folclórico de Gamelas, Bombarral

Rancho "Belo Horizonte", Salgueiro-Bombarral

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